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Crítica | A Filha do Palhaço

Um elenco talentoso e uma narrativa repleta de tópicos sensíveis não conseguem resgatar o filme de sua abordagem superficial demais



Chegando às telonas do Brasil em 30 de maio pelas mãos da Embaúba Filmes, "A Filha do Palhaço" tem como um dos pontos centrais um tema extremamente sensível, capaz de tocar profundamente uma grande parcela do público que certamente se verá refletido nele: a ausência do pai. Através dessa premissa, somos levados a seguir a jornada de Joana, uma jovem de 14 anos, que opta por passar uma semana na residência de seu pai, que a abandonou, na tentativa de estabelecer uma conexão com ele.


A trama do filme desperta curiosidade ao revelar gradualmente os assuntos pessoais de Renato, o pai ausente, e sua filha Joana. Com o reencontro tardio dos dois, brota a esperança de uma reconciliação e do tão almejado estabelecimento do laço familiar. Contudo, ainda que o enredo seja comovente, a sua execução acaba por ser rasa, não conseguindo realmente prender a atenção do espectador. Essa mesma impressão me ocorreu ao assistir "A Bela América", um título português com conceitos instigantes, que, no entanto, não foram explorados de forma satisfatória.


Além de presenciarmos a evolução da relação entre pai e filha repleta de acontecimentos desafiadores e alegres, também seguimos Renato em sua trajetória como comediante que se apresenta em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza no divertido papel de Silvanelly. Ao mesmo tempo, ele cruza caminhos com Marlon, um artista do teatro. Enquanto isso, testemunhamos Joana enfrentando obstáculos em seu romance com o namorado João Lucas.


Embora essas partes do roteiro sejam interessantes, a apresentação carece de emoção e surpresa. São raros os eventos que nos prendem e nos fazem querer saber mais sobre os desdobramentos. Por exemplo, as sequências com Marlon se destacam principalmente pela notável atuação de Jesuíta Barbosa, mas sem esse elemento, parecem fora de contexto e não contribuem significativamente para enriquecer a narrativa e abrir novos trajetos.


Quanto aos dois atores principais, Demick Lopes irradia carisma e brilha na pele do pai com problemas, especialmente ao dar vida à personagem Silvanelly. As cenas em que contracena com Lis Sutter apresentam momentos dramáticos envolventes. Também é fundamental destacar a excelente seleção da trilha sonora, que me envolveu de maneira significativa.


Sob a direção de Pedro Diógenes, responsável por "Pajeú" e "Inferninho", o longa traz consigo várias boas intenções, todavia, não conseguiu de fato me conquistar devido à extrema simplicidade com que as questões foram abordadas. É importante mencionar que este é apenas o meu ponto de vista. Talvez você se apaixone por esta adorável história acerca de um pai e uma filha em busca de harmonia.


Texto por Pedro Barbosa



30 de maio nos cinemas


Sinopse: Joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha terão que conviver durante essa semana, quando vivem novas experiências e sentimentos. Esse tempo juntos irá transformar profundamente a vida dos dois.






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