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Crítica | Abigail

Novo filme de terror sobre vampiros começa com um suspense empolgante, mas depois perde o fôlego com cenas mornas e meio cafonas



Após o sucesso de "Casamento Sangrento", os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett despontaram rapidamente na indústria do terror, sendo escolhidos para comandar duas novas produções de uma das franquias mais amadas pelos entusiastas do gênero, "Pânico". Felizmente, eles se sobressaíram e prestaram uma homenagem brilhante à icônica saga slasher criada por Wes Craven em 1996.


Assim como certos cineastas do gênero de horror se destacaram e cativaram o público com abordagens únicas, como James Wan, Mike Flanagan, Jordan Peele e Ari Aster, Matt e Tyler também demonstraram sua competência ao produzir longas repletos de episódios violentos. Com uma reputação já consolidada, havia grandes expectativas em relação a "Abigail", porém, lamentavelmente, desta vez, o resultado ficou aquém do esperado.


O filme foca em um grupo de bandidos que não se conhecem, mas que têm a missão de sequestrar a filha de um dos líderes mais poderosos do submundo em troca de um resgate de US$ 50 milhões. No começo, a história prende a atenção do espectador ao apresentar os personagens por meio de diálogos bem legais. Um aspecto marcante é o suspense mantido por um longo período até revelar o elemento central da trama: a bailarina vampira. Os momentos que antecedem a revelação de que a inocente menina é na verdade uma criatura sedenta por sangue se destacam, gerando um clima de desconfiança e insegurança na imponente e claustrofóbica mansão, principal cenário do título. Isso desperta curiosidade e preocupação na audiência quanto ao destino sombrio que se aproxima.


Os atores do elenco são bastante conhecidos, como Melissa Barrera ("Pânico 6"), Dan Stevens ("Apóstolo") e Kathryn Newton ("Freaky: No Corpo de um Assassino"), contribuindo positivamente para o enredo. Contudo, é Alisha Weir quem se sobressai de forma notável, exibindo uma atuação fantástica como a garotinha perigosa. O momento em que ela demonstra sua extrema periculosidade ao se libertar das algemas é arrepiante, uma sequência muito bacana. Infelizmente, os aspectos positivos logo se dissipam nesta obra, quando o real perigo é revelado, tornando tudo um tanto brega e desinteressante.


Narrativas sobre criminosos envolvidos em um perigoso jogo de vida ou morte já foram abordadas em trabalhos como "O Homem nas Trevas" e "Os Intrusos". Em "Abigail", o modo como a ameaça se manifesta é peculiar e consegue causar arrepios, entretanto, a maneira como o roteiro se desenvolve deixa a desejar. Somos apresentados a uma vampira que se diverte brincando com suas presas sem infligir danos verdadeiramente assustadores, resultando em uma perseguição sem sentido, sem uma direção clara, o que dá a sensação de algo incompleto. Isso torna a premissa desestimulante e até um tanto cômica de um jeito pouco envolvente. Cheguei a um ponto em que já não me importava mais com os eventos, o final parecia arrastado e pouco satisfatório.


A caracterização dos vampiros certamente é aterrorizante, principalmente no caso da adolescente de 12 anos, e os efeitos visuais são caprichados, lembrando "Ready or Not". No entanto, tais elementos não são plenamente explorados da forma mais eficaz.


Se você curte películas que combinam terror, comédia e muitas cenas sangrentas, essa nova produção da Universal Pictures pode oferecer um tipo único de diversão. Apesar disso, é importante não esperar muitos sustos, já que o conto se concentra mais no humor e nas situações constrangedoras.


Texto por Pedro Barbosa



Data de estreia no Brasil: 18/04/2024


Indisponível nas plataformas digitais


Sinopse: Um grupo de criminosos sequestra uma bailarina de doze anos, filha de um poderoso homem do submundo, para coletar um resgate de US$ 50 milhões. Em uma mansão isolada, os raptores logo descobrem que não estão com uma garota normal.



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