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Crítica | Adão Negro

Atualizado: 4 de mai.


Sob o comando de Jaume Collet-Serra, a nova produção da Warner Bros. é um grande evento de tiro, porrada e bomba, mas com alguns problemas de roteiro. Com um enredo apressado e que não chega a lugar nenhum, o filme de super-herói baseado nos quadrinhos da DC não se arrisca em momento algum para se sobressair em um gênero já tão cheio de exemplos semelhantes, deixando um gosto amargo na boca do espectador que espera algo mais distante do óbvio.

 

Apesar da curiosa narrativa principal ambientada no mundo moderno, que se volta bastante para a discussão sobre o que faz de um herói um herói, fica a sensação de que a história de origem do anti-herói merecia realmente um espaço maior, antes do mesmo ser liberto de um sono de cinco mil anos. Em 2017, a diretora Patty Jenkins apresentou em "Mulher-Maravilha" um prólogo extraordinariamente envolvente acerca da bela jornada da Diana Prince, abrangendo o tão magnífico treinamento das Amazonas, esse tratamento estabeleceu um grande vínculo entre a audiência e a protagonista, antes mesmo da heroína deixar Themyscira rumo ao mundo. Infelizmente, isso não acontece em "Adão Negro".

 

É impossível deixar de ressaltar a excelente parte técnica, as sequências de ação são absurdamente eletrizantes — beneficiadas por efeitos especiais particularmente impecáveis, o capricho é notável — e os figurinos dos membros da Sociedade da Justiça, grupo clássico dos gibis, são excelentemente detalhados — é cada um melhor que o outro —, porém, isso não é suficiente para que uma película fique atraente. Com um excesso de câmera lenta sem necessidade, cenas de pancadaria intermináveis e diversas piadas que não funcionam muito, o produto aparenta excessivamente plastificado durante quase toda a duração.

 

Apostando em um tom descompromissado, a obra joga para escanteio o desenvolvimento dos muitos personagens inseridos ao longo da projeção, os quais são em sua maioria irrelevantes — com exceção das figuras interpretadas por Aldis Hodge e Pierce Brosnan, o Gavião Negro e o Senhor Destino, que dão um certo charme a mais para a aventura —, e abraça de vez o ritmo frenético. O ator Dwayne Johnson, um dos principais astros de Hollywood na atualidade, realmente brilha em tela, ele tem o equilíbrio perfeito entre ser rebelde e carismático, sem ressalvas.

 

Em resumo, "Adão Negro" entrega um conto exaustivo e convencional, mas é compensado por momentos de encher os olhos e pelo astro The Rock, que está perfeito e entrega absolutamente tudo.


Texto por Pedro Barbosa



Data de estreia no Brasil: 20/10/2022


Disponível na Max e Prime Video


Sinopse: O poderoso Adão Negro é libertado de sua tumba para lançar sua justiça cruel sobre a Terra.



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