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Crítica | Alien: Romulus

Fede Alvarez pega carona nos pontos altos de "Alien" e nos presenteia com o filme mais arrepiante da franquia



Em 1979, Ridley Scott deu vida a uma promissora franquia de terror e ficção científica com "Alien: O 8° Passageiro". O enredo segue uma tripulação que investiga um sinal de socorro em um planeta isolado, onde faz uma descoberta aterrorizante. A atuação de Sigourney Weaver na pele de Ripley, combinada a uma cinematografia e direção de arte competentes, juntamente com aspectos técnicos de excelência, gerou um filme que evoca uma poderosa sensação de claustrofobia. Em 1986, James Cameron lançou "Aliens: O Resgate", uma das raras sequências que conseguiu superar o título original.


Os 2 primeiros longas da série são realmente bons. No entanto, "Alien 3" e "Alien: A Ressurreição", lançados na década de 90, não conseguiram, de jeito nenhum, alcançar a mesma qualidade. Do meu ponto de vista, as tramas desses 2 filmes tomaram um rumo cansativo, fazendo um uso limitado da protagonista Ripley em situações que se mostraram muito repetitivas. Com o intuito de reanimar uma saga que estava um tanto enfraquecida, "Prometheus" estreou em 2012, servindo como um prequel do título de 1979. Felizmente, essa produção apresentou uma narrativa envolvente que delineou uma mitologia singular, além de contar com um elenco de peso, com ênfase nas performances maravilhosas de Noomi Rapace e Michael Fassbender, que, por sua vez, brilhou em sua interpretação como um robô curioso e perigoso.


Em 2017, Ridley Scott deu continuidade à renomada franquia com mais um episódio, intitulado "Alien: Covenant". Este longa prometeu uma experiência ainda mais terrorífica, proporcionando aos fãs eventos intensos e repletos de sangue. Além disso, apresentou uma das mais lindas cinematografias da saga. As imagens que mostram a equipe em sua busca por um planeta desconhecido que poderia abrigar vida humana são verdadeiramente atraentes. No entanto, apesar de alguns pontos positivos, há uma parte do filme onde o ritmo desacelera consideravelmente e a narrativa segue por caminhos bastante previsíveis, especialmente quando os membros da tripulação chegam a um templo.


Fede Alvarez, famoso por revitalizar a série "Evil Dead" em 2013 com o sanguinolento "A Morte do Demônio" e por lançar em 2016 um dos suspenses mais tensos dos últimos tempos, "O Homem nas Trevas", agora assume o comando de "Alien: Romulus", que já está disponível nos cinemas. A película narra a história de um grupo de mineradores que decide explorar uma estação espacial deserta em sua busca por cápsulas criogênicas, essenciais para realizar uma viagem interestelar. Para a felicidade dos fãs, essa nova produção respeita a essência da saga, trazendo uma trama simples, mas muito bem desenvolvida.


O roteiro gira em torno da órfã Rain, do androide Andy e de mais 4 amigos, que se aventuram em uma espaçonave, sem imaginar que ela abriga seres altamente ameaçadores. A obra dedica um tempo considerável para explorar as questões pessoais dos personagens. No começo, tive a impressão de que essa exploração se prolongava um pouco demais, mas, à medida que a premissa se desenrolava, fiquei convencido de que foi muito pertinente apresentar personagens tão complexos que, posteriormente, certamente gerariam em nós uma preocupação genuína com o que lhes aguardava. A relação emocional e de cumplicidade entre Rain e Andy é apaixonante. Quando essa conexão é abruptamente rompida, isso nos impacta profundamente e enriquece ainda mais o conto.


Recriando a atmosfera opressiva do clássico de 1979, "Alien: Romulus" nos transporta para uma nave espacial repleta de perigos, destacando diversos facehuggers aterradores e, é claro, os famosos xenomorfos. A experiência é angustiante, pois acompanhamos os personagens se esquivando e fugindo dessas criaturas pelos corredores sombrios da estação. A tensão é cuidadosamente equilibrada, conseguindo atingir o público nos momentos exatos. O mesmo se pode dizer sobre os tradicionais sustos, que neste novo título surgem em maior número e, felizmente, são apresentados com precisão, fazendo-nos pular da cadeira.


Sem dúvida, este é o meu capítulo favorito da franquia "Alien". Ele conseguiu reunir os elementos mais icônicos dos 2 primeiros longas e misturá-los com um toque de terror de arrepiar os cabelos. Tive a oportunidade de assisti-lo em uma sala IMAX e fiquei maravilhado com os efeitos visuais perfeitos, tanto na criação do espaço quanto nas cenas de destruição em grande escala de parte da nave, além dos fantásticos efeitos práticos dos xenomorfos, facehuggers e chestbursters, que são particularmente incríveis de se presenciar.


Com um elenco de grandes talentos, especialmente Cailee Spaeny e David Jonsson, e sob a direção astuta de Fede Alvarez, que tem o dom de desenvolver uma atmosfera de terror impressionante, "Alien: Romulus" se afirma como uma adição extremamente valiosa à série iniciada em 1979 por Ridley Scott. É importante destacar também o desfecho impactante, um conflito carregado de tensão e surpresas que se desvela. Sem dúvida, é de tirar o fôlego, e eu simplesmente amei.


Texto por Pedro Barbosa



Data de estreia no Brasil: 15/08/2024


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Sinopse: Enquanto exploram as profundezas de uma estação espacial abandonada, um grupo de jovens colonizadores espaciais se depara com a forma de vida mais aterrorizante do universo.













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