Crítica | Desconhecidos

Thriller de perseguição traz uma narrativa esperta, não linear e totalmente imprevisível, com atuações marcantes de Willa Fitzgerald e Kyle Gallner

O thriller "Strange Darling" é perfeito para os que gostam de contos que subvertem expectativas, trazendo uma trama onde tudo é diferente do que parece.

Empregando uma estrutura narrativa de forma astuta e não linear, o roteiro se desdobra em capítulos dispostos em uma ordem não sequencial. A história é iniciada em um ponto de alta tensão, onde a protagonista, brilhantemente interpretada por Willa Fitzgerald, está gravemente machucada e é incessantemente caçada por um predador implacável, interpretado com talento por Kyle Gallner. As sequências de perseguição são meticulosamente elaboradas, criando uma genuína sensação de apreensão pela segurança da jovem em apuros.

Depois de minutos de forte aflição, somos levados ao primeiro encontro do casal, que acontece em um motel. O que a princípio parecia ser apenas uma conexão intensa e sexual entre 2 pessoas, rapidamente se transforma em trajetórias psicológicas perturbadoras e violentas. A alternância entre o passado e o presente é incrível, revelando detalhes que antes passaram despercebidos. Esse elemento narrativo aumenta ainda mais nossa curiosidade em relação ao desenlace dessa luta decisiva entre os protagonistas. Quanto menos informações você tiver sobre o enredo, mais recompensadora será a sua experiência.

Aproveitando ao máximo sua duração de cerca de 1 hora e 30 minutos, o filme, sob a roteirização e direção de JT Mollner, é habilidosamente editado e certamente vai cativar aqueles que apreciam thrillers frenéticos com a temática de serial killers, similares a "Sem Saída", "Temos Vagas" e, principalmente, "Alta Tensão".

Além de contar com um elenco de excelente qualidade – a performance de Willa é verdadeiramente impressionante; sou um grande fã do seu trabalho na série "Scream" –, "Desconhecidos" se destaca também pela sua fotografia estilizada em 35mm. A leve textura granulada que remete aos anos 70 nos imerge ainda mais na premissa, onde as cores ganham vida, sendo o vermelho marcante nas cenas de violência e o azul predominante nos momentos mais íntimos.

Pedro Barbosa

Sinopse: Um predador implacável rastreia uma mulher ferida pela natureza selvagem de Oregon, nos EUA. Ela faz o possível para ser mais esperta que seu agressor, mas a cada momento de tensão ela fica mais fraca e se sente menos capaz.