Crítica | Furiosa: Uma Saga Mad Max

Novo capítulo de "Mad Max" é uma adição valiosa à franquia, revelando detalhes importantes sobre o passado da icônica Furiosa, embora não atinja a grandeza do filme de 2015

Em 2015, "Mad Max: Estrada da Fúria" se firmou como uma valiosa adição à franquia de aventura ambientada em um cenário pós-apocalíptico, que teve início em 1979 pelas mãos do célebre diretor George Miller. Com a presença de Tom Hardy e Charlize Theron, o filme não apenas ofereceu uma abundância de ocasiões cheias de emoção, mas também presenteou-nos com uma cinematografia que nos envolve do princípio ao fim, sem jamais cair na monotonia.

Após uma espera de 9 anos, finalmente estreou nos cinemas o tão aguardado título da icônica Furiosa, que revela suas origens e uma intrigante história de vingança. Com uma duração de aproximadamente 2 horas e meia, o enredo se desenrola em 5 capítulos habilmente entrelaçados. Durante a exibição, contudo, notei que alguns trechos se estenderam demais, perdendo um pouco o interesse e não mantendo minha atenção como esperado. Tal desconexão possivelmente decorreu da minha constante comparação com o trabalho anterior do cineasta, lançado em 2015, e principalmente da excessiva utilização de efeitos visuais digitais combinada a sequências de luta pouco verossímeis, o que acabou por afastar um pouco minha concentração.

Acompanhamos a odisseia de Furiosa, que, após ser separada de sua família, decide dedicar sua vida à busca pelo caminho de volta para casa. Antes da entrada em cena de Anya Taylor-Joy, nos envolvemos por um tempo considerável com Alyla Browne na pele da protagonista quando criança, que é obrigada a testemunhar eventos cruéis, como a morte de sua mãe pelas mãos do impiedoso Dementus, interpretado por Chris Hemsworth.

O elenco exibe grande harmonia, com Alyla Browne se destacando em momentos intensos, Anya Taylor-Joy cativando o público com sua expressão carregada de emoções profundas, prescindindo de muitos diálogos para brilhar, e Chris Hemsworth despertando a repulsa da plateia ao encarnar magistralmente o vilão Dementus, que, embora não alcance o patamar do temível Immortan Joe, ainda assim apresenta uma imponência como antagonista.

Diferentemente de "Mad Max: Fury Road", "Furiosa: Uma Saga Mad Max" tem como foco principal narrar em detalhes a jornada de Furiosa se preparando para se vingar do indivíduo que arruinou sua vida, ao invés de concentrar apenas na ação frenética característica do longa de 2015. Portanto, mesmo que ainda exista cenas agitadas neste novo capítulo, elas são menos frequentes. Isso não significa, no entanto, que a execução seja menos impressionante. Pelo contrário, quando a obra decide explorar esses minutos de intensa adrenalina, nos quais os personagens enfrentam desafios, o faz com muito cuidado, especialmente ao mostrar a fúria estampada em seus rostos ou suas preparações para pilotar veículos em alta velocidade de perto.

É notável ressaltar a excelência do design de som, que fisga fortemente a audiência, oferecendo uma experiência singular, sobretudo em uma sala IMAX.

O prelúdio de "Mad Max: Estrada da Fúria" não alcança o mesmo nível, mas é definitivamente uma boa produção que preserva sua estética visual marcante. Há diversos pontos que se destacam, e cumpre bem o papel de esclarecer questões sem resposta na película anterior, o que fortalece o vínculo emocional com a personagem que enfrentou tantos obstáculos. Felizmente, agora obtemos uma compreensão mais abrangente sobre alguns desses problemas.

Texto por Pedro Barbosa

Data de estreia no Brasil: 23/05/2024

Hoje nos cinemas

Sinopse: Quando o mundo entra em colapso, a jovem Furiosa é sequestrada do Green Place das Muitas Mães e cai nas mãos da horda de motoqueiros liderada pelo Senhor da Guerra Dementus. Vagando pelo deserto condenado, eles encontram a Cidadela controlada por Immortan Joe. Enquanto os dois tiranos lutam por poder e controle, Furiosa terá que sobreviver a muitos desafios para encontrar e trilhar o caminho de volta para casa.