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Crítica | Longlegs: Vínculo Mortal

Novo filme de terror com Nicolas Cage e Maika Monroe não é tão inovador como foi divulgado, mas proporciona um suspense policial interessante que mantém o espectador envolvido



Não faz muito tempo que eu assisti a 2 títulos de suspense policial sobre serial killers que me prenderam muito: "Sede Assassina", lançado em 2023, que narra a busca de uma agente pela captura de um atirador de elite que atua sem deixar vestígios, e o surpreendente e tenso "Nightwatch: Demons Are Forever", que estreou em 2024 pelo Shudder e passou despercebido por muitos, pois ainda não chegou ao Brasil. Neste último, acompanhamos uma estudante de medicina que começa a trabalhar como vigia noturna, o que a leva a um encontro inesperado com o psicopata que aterrorizou sua família anos atrás.


Tenho uma forte paixão por histórias que giram em torno de investigações criminais, pois elas costumam nos prender do começo ao fim com seus intrigantes mistérios. Um ótimo exemplo desse gênero é "Os Suspeitos", um filme de 2013 dirigido por Denis Villeneuve.


Desde o início deste ano, o novo longa de horror sob a direção de Oz Perkins, conhecido por "Maria e João: O Conto das Bruxas" e "February", tem recebido uma enxurrada de críticas positivas. E essa aclamação é bem justificável, uma vez que a estratégia publicitária da produção, a cargo da NEON, tem se mostrado muito inventiva, com teasers sombrios e postagens repletas de mensagens criptografadas. Com tudo isso, minhas expectativas estavam altíssimas. Contudo, apesar da trama prometer momentos verdadeiramente apavorantes, a maneira como foi executada deixou a desejar em relação ao que eu esperava.


"Longlegs: Vínculo Mortal" segue uma agente do FBI que reexamina um caso arquivado relacionado a um assassino em série demoníaco. Conforme avança na investigação, ela descobre uma ligação pessoal inesperada com o autor dos crimes. Embora a premissa possa soar familiar para os fãs de contos policiais, o cineasta Oz Perkins surpreende ao trazer uma perspectiva mais sombria, incorporando componentes de caráter satânico.


A película se destaca pela sua estética visual, apresentando uma fotografia bem chamativa, rica em tons quentes como o amarelo, laranja e sépia. Além disso, apresenta uma dinâmica de tela excepcional, alternando entre o formato quadrado nas cenas de flashback e o widescreen na narrativa principal. Um ponto que realmente se destacou para mim foram as sequências extremamente violentas e inquietantes, que explicam a classificação indicativa de 18 anos no Brasil. O início da obra é uma excelente demonstração de como atrair a atenção do público por meio de uma cena impactante.


O enredo, sem dúvida, é envolvente. Desde o começo, seguimos a protagonista Lee Harker em sua missão para capturar um assassino perigoso que tem critérios bem definidos para escolher suas vítimas. Lee, uma investigadora do FBI, é uma mulher discreta, mas com uma percepção extraordinária, habilitada a perceber detalhes que muitos deixam passar. Maika Monroe, conhecida por sua atuação em "Corrente do Mal", brilha nesse papel. Do outro lado, temos o notável Nicolas Cage, vivendo um criminoso sem misericórdia que se autodenomina Longlegs. Sua aparência é, no mínimo, amedrontadora, assim como sua personalidade, que combina uma natureza horrenda com um humor estranhamente sarcástico.


Certamente, "Longlegs" possui diversas qualidades. Contudo, é frustrante que as partes mais sombrias sejam restringidas a flashbacks. Em relação ao vilão, minhas expectativas eram bem maiores. Sua presença na história que ocorre no presente carece de impacto e, às vezes, pode soar até caricata. Na verdade, ele só se torna relevante quando eventos do passado vêm à tona. Outro ponto desfavorável é que o filme parece apostar em grandes surpresas, mas nós, como espectadores, já as havíamos notado bem antes, o que resulta em alguns trechos previsíveis.


Cheio de diálogos bastante densos, "Longlegs: Vínculo Mortal" se destaca como uma das principais promessas do gênero terror em 2024. Trata-se de um thriller que vale a pena assistir e tem tudo para te impressionar com uma reviravolta sobrenatural um tanto inusitada. Contudo, não espere por algo que fuja muito do convencional, apesar da forma como tem sido promovido. Para alguns, isso pode ser um aspecto positivo, enquanto para outros, pode se transformar em uma experiência decepcionante.


Texto por Pedro Barbosa



Data de estreia no Brasil: 28/08/2024


Hoje nos cinemas


Sinopse: A agente do FBI Lee Harker é convocada para reabrir um caso arquivado de um serial killer. Conforme desvenda pistas, Harker se vê confrontada com uma conexão pessoal inesperada com o assassino, lançando-a em uma corrida contra o tempo.















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