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Crítica | O Exorcismo

Atualizado: 31 de jul.

Novo terror com Russell Crowe traz uma ideia super intrigante inspirada nos clássicos amaldiçoados, mas acaba sendo atrapalhado por uma edição apressada e mal acabada



Em 2023, Russell Crowe estrelou "O Exorcista do Papa", no papel de Gabriele Amorth, uma personalidade verídica que serviu como exorcista principal no Vaticano e que conduziu mais de 100.000 expulsões de demônios ao longo de sua carreira. Embora não tenha sido um filme excepcional, conseguiu ao menos oferecer alguns instantes bacanas e uma narrativa objetiva.


Felizmente, não demorou muito para que Crowe retornasse às telas em mais uma produção envolvendo possessão demoníaca. Em 2024, ele brilha em "O Exorcismo". Desta vez, ao invés de encarnar um verdadeiro padre, ele dá vida a Anthony Miller, um ator com um passado traumático que está envolvido nas filmagens de um novo longa de horror. Curiosamente, seu personagem é um padre se preparando para realizar o exorcismo de uma jovem.


É inegável o talento de Crowe em obras de terror e suspense. Mesmo sendo conhecido por sua simpatia, quando desafiado com personagens enraivecidos, ele demonstra um domínio impressionante. Um caso exemplar disso é sua atuação forte em "Fúria Incontrolável", no qual ele vive um psicopata determinado a perseguir uma mulher e seu filho após um conflito no trânsito.


Embora o subgênero dos títulos de exorcismo esteja repleto de numerosas películas bastante saturadas, "The Exorcism" traz consigo uma ideia interessantíssima. Uma vez que muitos clássicos do terror foram marcados por eventos sobrenaturais no set e pela morte repentina de membros da equipe, o cineasta Joshua John Miller, filho de ninguém menos que Jason Miller, um ator amplamente reconhecido por interpretar Damien Karras em "O Exorcista", usou esses relatos arrepiantes como base para seu mais recente filme. No entanto, apesar da ótima intenção, a forma como tudo é apresentado acaba sendo extremamente rasa e maçante.


A fotografia do filme, com sua paleta de tons azuis e amarelos, é bem-apessoada, assim como os efeitos especiais e a maquiagem. Contudo, esses elementos não são suficientes para sustentar a produção por completo. "O Exorcismo" sofre consideravelmente devido à sua edição, que abusa de transições abruptas, perturbando o ritmo curioso que estava sendo criado. Infelizmente, essa questão persiste ao longo de toda a exibição. Além disso, a apresentação de algumas imagens ligadas ao passado conturbado do protagonista é pouco cativante e até mesmo irritante, especialmente quando tais trechos não contribuem de modo significativo para o enredo ou para a nossa experiência como espectadores.


Quanto ao elenco, Russell Crowe consegue proporcionar alguns momentos aterrorizantes no papel de um homem possuído, ainda que sejam escassos, pois em certo ponto ele misteriosamente deixa de ser o centro das atenções no longa. Por outro lado, Ryan Simpkins e Chloe Bailey não acrescentam em nada à história, apresentando interpretações sem vida e pouco envolventes. Mesmo com a dedicação de Adam Goldberg, David Hyde Pierce e Sam Worthington, eles também sofrem com o roteiro mal elaborado, resultando em caminhos pouco atraentes para seus personagens e os tornando facilmente esquecíveis.


Com sua montagem confusa, "The Exorcism" parece uma obra inacabada. Em diversas ocasiões, tive a sensação de estar assistindo ao trailer de um filme, já que muitas cenas são interrompidas abruptamente. Além disso, a trama desperdiça sua promissora premissa com clichês de terror pouco empolgantes e fora de contexto. O protagonista, mesmo sendo bom, é prejudicado por não ter tempo suficiente em cena.


Texto por Pedro Barbosa



1º de agosto nos cinemas


Sinopse: Enquanto grava um filme de terror, um ator passa a ter um comportamento estranho e agressivo. Despertando preocupações, sua filha busca entender o que está por trás dessas mudanças.









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