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Crítica | O Exorcista: O Devoto

Atualizado: 4 de mai.

Longa de David Gordon Green não chega aos pés de "O Exorcista", mas ainda assim é um bom filme de possessão demoníaca



Cinquenta anos se passaram desde o lançamento da icônica obra de William Friedkin, que retrata uma menina de 12 anos possuída por uma entidade demoníaca, forçando sua mãe a buscar a ajuda de dois padres para salvá-la. Agora, David Gordon Green, diretor por trás da nova trilogia da franquia slasher "Halloween", expande o universo aterrorizante criado em 1973 com "O Exorcista: O Devoto". Embora o longa acerte em cheio nos takes de possessão e apresente um toque de nostalgia, a trama de modo geral sofre de exageros e pressa, perdendo muito de sua força.

 

Enfatizando os pontos fortes, é importante mencionar as performances impressionantes de Lidya Jewett e Olivia O'Neill. Elas se dedicam intensamente aos seus papéis e protagonizam momentos demasiadamente incômodos, incluindo rostos desfigurados, a maquiagem das garotas é o grande trunfo, e provocações demoníacas, sempre com aquela típica voz grave e gutural. Além disso, a fotografia de Michael Simmonds estabelece a atmosfera correta para que o público possa sentir o sofrimento dos personagens.

 

A atriz Ellen Burstyn retorna à saga "O Exorcista" após meio século, todavia, sua atuação como Chris MacNeil é subutilizada na história, o que pode ser extremamente frustrante para os fãs. Com certeza, ela merecia um arco mais substancial e emocionante. O resto do elenco é sólido e faz um bom trabalho, mas apenas o pai de uma das meninas endiabradas, Victor Fielding, tem uma narrativa mais completa que inclui a perda de sua esposa grávida em um terremoto no Haiti. O filme segue relativamente bem até o terceiro ato, quando começa a perder seu ritmo. Tanto os pais quanto o grupo de apoio envolvido na esconjuração das crianças se tornam desinteressantes e perdidos no script.

 

O novo terror da Blumhouse é um sucesso nas duas primeiras partes, onde explora o mistério do desaparecimento de Angela e Katherine, bem como os sinais sobrenaturais que surgem em suas vidas. Infelizmente, o roteiro começa a perder o seu rumo em direção ao clímax, onde ocorre um duplo exorcismo, tornando-se banal e sem emoção, o que é contraproducente em um título como este. Embora a ideia seja interessante, o desfecho não foi tão marcante e tocante como o esperado.

 

Resumindo, "The Exorcist: Believer" tem muitos aspectos negativos em comparação à produção da década de 70, que continua aterrorizando muitas pessoas até hoje. No entanto, a nova versão não deixa a desejar quando o assunto é sustos e cenas bizarras, capazes de satisfazer os fãs menos exigentes do gênero. Sem dúvida, este capítulo é muito superior a diversos dos recentes lançamentos com a mesma temática, como "Exorcistas do Vaticano" e "Dominação". Prepare-se para se divertir e tremer na cadeira.


Texto por Pedro Barbosa



Data de estreia no Brasil: 12/10/2023


Disponível para aluguel no Prime Video

Sinopse: Quando Angela e sua amiga Katherine desaparecem na floresta, retornando três dias depois sem nenhuma lembrança do que aconteceu, uma série de eventos é desencadeada e forçará seu pai, Victor, a enfrentar o ponto fraco do mal.



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