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Crítica | O Murmúrio

Atualizado: 4 de mai.


Atingindo o equilíbrio perfeito entre o terror e o drama, o surpreendente 8º e último episódio da interessantíssima série antológica da Netflix "O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro" investe na criação de um clima essencialmente poético para abordar as fases do luto e da depressão, usando de forma muito inteligente o vasto sentido da palavra murmúrio, que dá título ao curto e eficaz filme.

 

Potencializado por atuações fortes e autênticas de Essie Davis e Andrew Lincoln, que interpretam o triste casal de ornitólogos Nancy e Edgar, e por uma direção extremamente firme de Jennifer Kent, responsável pelo magnífico "O Babadook", o capítulo conquista o público logo de cara com belíssimas paisagens — as sequências das revoadas de pilritos são deslumbrantes — e uma fotografia sóbria e amarrada a tons frios que dialoga perfeitamente com a narrativa melancólica da mente do próprio Guillermo del Toro.

 

Apesar de contar com apenas 63 minutos de duração, a produção cumpre com precisão o objetivo de amedrontar, as cenas em que a protagonista é atormentada por aparições fantasmagóricas são muito caprichadas e deixa no chinelo diversas produções do gênero — os sustos são muito bem inseridos e são de dar calafrios —, lembrando bastante os trabalhos do renomado cineasta Mike Flanagan, e maravilha aquele espectador que procura enxergar além do óbvio, as interpretações da obra que podem ser traduzidas são de dar gosto.

 

Vale ressaltar o emocionante e satisfatório desfecho da história. Sem dúvida alguma, este produto é o melhor da coleção e ele se sairia muito bem num lançamento exclusivo.


Texto por Pedro Barbosa



Data de estreia no Brasil: 25/10/2022


Disponível na Netflix


Sinopse: Depois de uma tragédia, os ornitólogos Nancy e Edgar se isolam em uma casa para estudar os pássaros. Mas a história do lugar é cheia de tristezas e terrores.



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