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Crítica | Placa-Mãe

Animação brasileira brilha com suas cores vibrantes e uma história que mistura questões sociais e tecnologia, embora perca um pouco de sua vitalidade na segunda metade



A O2 Play apresenta "Placa-Mãe", uma nova animação brasileira de ficção científica dirigida por Igor Bastos, que entrelaça temas sociais e tecnológicos em uma premissa tocante.


Com uma estética encantadora que evoca as memórias dos desenhos animados dos anos 2000, que marcaram a infância de várias pessoas, o filme sci-fi se passa no interior de Minas Gerais, situado em um futuro não tão distante. Nesse cenário, a tecnologia robótica de último nível possibilita a criação de robôs com IA sofisticada.


Em um ambiente que remete a "Wall-E" e "9: A Salvação", onde a Terra se encontra repleta de lixo, acompanhamos a trajetória dos irmãos David e Lina, que almejam o dia em que serão acolhidos pela mesma família e receberão afeto incondicional. Contudo, a vida que levam é bem diferente dessa aspiração. Eles residem em um orfanato em condições extremamente adversas, sob a autoridade de uma mulher que não demonstra qualquer tipo de carinho. No entanto, uma nova esperança surge quando uma robô especial chamada Nadi, que finalmente conquistou sua cidadania, decide que quer adotá-los.


Nadi, a androide que passou a entender o amor e a importância de cuidar das crianças, dedica sua vida a auxiliar robôs na busca por novos lares. Ela se depara com um enorme obstáculo ao lutar contra a burocracia e a discriminação para obter a custódia de David e Lina. Nesse caminho, ela cruza com um influenciador digital e candidato a presidente do senado, que está decidido a impedir que uma androide tenha um lugar respeitável no mundo.


Fiquei super curioso ao observar a jornada da robô Nadi, que se empenha fervorosamente em encontrar a felicidade ao lado das duas crianças humanas que já vê como filhos. A narrativa não só proporciona uma aventura cativante, mas também nos convida a refletir sobre os desafios que ainda enfrentamos enquanto sociedade e sobre o controverso progresso da IA na atualidade.


Por outro lado, o ponto alto da película, que se dá durante um equívoco relacionado à adoção, quando o menino escapa por recear que sua irmã perca o lar tão desejado, acaba por diminuir um pouco da energia positiva que a história havia conseguido estabelecer até aquele momento. Os empecilhos que David encontra na cidade não conseguem despertar nosso interesse de verdade, fazendo com que o longa siga por caminhos bastante desanimadores conforme se aproxima do final.


Embora a qualidade da trama possa ter diminuído na segunda metade, é importante ressaltar a rica diversidade étnica e racial dos personagens que compõem a obra. Eu me identifiquei emocionalmente com eles de forma muito natural, especialmente com a robô Nadi, que nutre um forte anseio de ajudar todos à sua volta. Além disso, o elenco de dublagem é maravilhoso, com vozes autênticas de crianças de Minas Gerais, e muitos diálogos são realmente divertidos.


Texto por Pedro Barbosa



3 de outubro nos cinemas


Sinopse: Nadi, uma andróide com cidadania, ganha o direito de adotar duas crianças, David e Lina. Quando um mal entendido acontece, o menino David, com medo de se separar de sua irmã, foge. Enquanto o garoto lida com os perigos da cidade, Nadi tenta encontrá-lo.


















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