Crítica | Presença
- Cinema ao Máximo
- 7 de abr.
- 2 min de leitura
Contado do ponto de vista de um fantasma misterioso, novo filme de Steven Soderbergh combina de forma inteligente drama com uma boa dose de suspense psicológico

Em 2017, o diretor David Lowery conquistou o público com "Sombras da Vida", um drama romântico que segue um fantasma que volta para seu lar nos subúrbios para confortar sua esposa, que está passando por um momento de luto. O filme pinta um retrato poético e melancólico sobre a morte e a passagem do tempo, de um jeito que toca o coração profundamente. Agora, em 2025, Steven Soderbergh também resolveu trazer algo novo ao subgênero de casas assombradas com "Presença". A trama acompanha uma família que se muda para uma nova residência com uma presença secreta, desviando-se dos clichês típicos desse tipo de enredo.
A família Payne é formada por quatro pessoas: a mãe, o pai, o irmão mais velho e a irmã mais nova. O que realmente chama a atenção neste título é que a narrativa é apresentada do ponto de vista do poltergeist. As cenas são longas e fluídas, e tudo que aparece na tela é visto através dos olhos do espírito que habita o lar, o que é simplesmente fascinante. Acompanhar as tensões que surgem entre os membros da família Payne pela perspectiva de um fantasma me deixou sempre em alerta. No começo, fiquei me perguntando sobre as intenções dele: será que ele é um espírito bom ou mau? À medida que a história avança, aparecem reviravoltas inesperadas que tornam tudo ainda mais magnético.
Para enriquecer o roteiro de uma assombração que reside em uma casa, "Presence" explora as questões pessoais dos quatro integrantes da família, com um destaque especial para a filha caçula, Chloe. Ela ainda enfrenta a dor pela perda de sua melhor amiga, Nadia, uma das duas garotas da comunidade que faleceram de maneira misteriosa enquanto dormiam. O longa nos proporciona a chance de observar, sob a ótica do espírito, algumas conversas significativas entre a família Payne. A intensidade dos diálogos aumenta gradualmente, o que é bem intrigante e me deixou ainda mais envolvido e curioso sobre como o fantasma reagiria aos conflitos que surgiam.
Os efeitos visuais e sonoros que a obra usa para retratar os ataques da assombração na moradia dos protagonistas são de fato impressionantes e me deixaram arrepiado em várias sequências. Além de entreter, a produção me fez pensar bastante depois que acabou, especialmente nos momentos finais, que trazem uma reviravolta emocionante que eu não esperava. Embora pareça, à primeira vista, um conto de terror, na verdade, o filme vai muito além disso. Com um ritmo calmo, mas envolvente, ele se revela um grande drama com elementos de suspense psicológico. Sem dúvida, foi um dos títulos mais interessantes que assisti este ano.

Pedro Barbosa
Sinopse: Uma família se muda para uma nova casa, onde uma presença misteriosa assombra o lugar.
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