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Crítica | The Front Room

Novo terror da A24 promete causar angústia com as maldades de uma idosa nada amigável, embora em alguns momentos exagere no tom cômico



A nova produção de terror da A24 conta a história de uma mulher grávida e seu marido, que são obrigados a acolher a madrasta dele, que é debilitada e profundamente religiosa. Já vi diversos títulos que exploram o comportamento perturbador de idosos. Um exemplo é o excelente "A Visita", onde uma adolescente e seu irmão caçula ficam de queixo caído com as esquisitices dos avós enquanto fazem uma visita à fazenda super isolada deles. Outro longa que merece ser mencionado é "Relíquia Macabra", no qual mãe e filha começam a desconfiar de que uma presença maligna na casa pode estar tomando conta da idosa Edna.


"The Front Room" acompanha a vida tumultuada da professora Belinda, que enfrenta a frustração devido à maneira como é tratada no trabalho, além de lidar com a ansiedade da gravidez e a dor profunda de já ter perdido um filho. Para complicar ainda mais as coisas, o pai ausente de seu marido Norman falece, levando o casal a aceitar um acordo que os obriga a receber a madrasta Solange em sua casa, em troca de uma considerável herança.


Contrariando a ideia comum de que sogras e noras não devem habitar o mesmo espaço, Belinda acolhe a proposta com entusiasmo, especialmente porque ela e seu parceiro enfrentam sérios problemas financeiros, ao passo que a sogra conta com uma boa quantia em dinheiro. Entretanto, logo Solange começa a agir como se a casa fosse sua, perturbando a paz do casal com atitudes altamente irritantes, que poderiam enlouquecer qualquer um. Senti um grande desconforto ao imaginar como seria viver a situação deles.


Apesar de ser uma obra de horror, a narrativa é abundantemente temperada com uma boa pitada de humor, o que acaba por suavizar algumas situações que deveriam ter um tom mais sério, culminando em sequências que flertam com o grotesco.


Sobre o elenco, Kathryn Hunter brilha como a velha malvada e rabugenta, disposta a ultrapassar todos os limites para atormentar aqueles que a cercam. Brandy Norwood captura de forma excepcional o imenso desgaste que Belinda vive, presa em casa cuidando de uma sogra idosa que sofre de incontinência, ao mesmo tempo em que lida com os desafios de um bebê que recusa mamar e chora sem parar. Andrew Burnap se destaca ao interpretar um personagem que carrega traumas de infância resultantes de um severo abuso religioso perpetrado por sua madrasta, expressando de modo convincente o profundo desprezo que Norman sente em relação a ela.


Navegando entre momentos de suspense e outros que provocam risadas, o filme baseado no conto de Susan Hill oferece uma boa dose de entretenimento. Você ficará na expectativa de que o casal consiga escapar das malévolas artimanhas da velha que habita sua casa. Um detalhe que me impressionou muito foi o som sinistro que as longas bengalas de Solange produzem. É de deixar qualquer um com arrepios.


Texto por Pedro Barbosa



Ano de lançamento: 2024


Indisponível nas plataformas digitais


Sinopse: O filme conta a história de um casal que espera um bebê e é forçado a acolher uma madrasta doente. Logo, ela começa a apresentar comportamentos inusitados e sombrios.






















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