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Crítica | Uma Família Feliz

Atualizado: 4 de mai.

Novo thriller nacional escrito por Raphael Montes vai te envolver do começo ao fim com uma trama dramática cheia de tensão e performances espetaculares de Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini



Em dezembro de 2023, a Vitrine Filmes nos brindou com o eletrizante "Propriedade", no qual Malu Galli brilhou como uma estilista reclusa que busca proteção em seu carro blindado diante de uma rebelião dos trabalhadores da fazenda de sua família.

 

Agora, em abril de 2024, a Pandora Filmes apresenta mais uma joia do cinema brasileiro nas telonas, ousando explorar novos gêneros e deixando de lado a comédia, categoria já amplamente abordada, para se aventurar no suspense e no terror. Por sorte, já tivemos a chance de desfrutar de várias obras incríveis nesse estilo, tais como "O Lobo Atrás da Porta", "O Segredo de Davi", "As Boas Maneiras" e muitas outras de qualidade similar.

 

"Uma Família Feliz", escrito por Raphael Montes, também autor de "Bom Dia, Verônica", já impacta o público desde o início com um clima tenso que sutilmente antecipa o desfecho da história. Essa abordagem astuta despertou ainda mais minha curiosidade sobre o desenrolar dessa trama envolvendo uma mãe injustamente acusada de prejudicar suas filhas gêmeas e o bebê recém-nascido.

 

Da mesma forma que o nome do filme indica, somos introduzidos a uma família que desfruta de uma vida burguesa que aparenta ser tranquila e sem dificuldades evidentes. No entanto, por trás das aparências, o lar deles revela-se um lugar menos harmonioso do que se imaginava. Ao longo da narrativa, testemunhamos Eva lidando com diversas situações muito desconfortáveis, incluindo o desprezo de seu marido Vicente pelo seu trabalho como artista de bonecas ultra-realistas.

 

Assim como em um bom enredo de mistério, essa circunstância desagradável é apenas a ponta do iceberg. Com uma duração ideal de quase 2 horas, não faltam eventos perturbadores se desenrolando um após o outro. Já fazia tempo que não ficava tão envolvido em uma premissa como esta, de fato, fui surpreendido.

 

Além de apresentar um roteiro envolvente, temos ainda o privilégio de apreciar as notáveis performances de Grazi Massafera e Reynaldo Gianecchini. Ambos os artistas transmitem uma profunda gama de emoções, aumentando a aura melancólica que permeia o longa. Destaco especialmente a interpretação de Grazi Massafera, uma atriz já conhecida por sua excelência no ramo, mas que neste contexto se entrega de forma magnífica aos dramas da protagonista, com expressões de tristeza e pavor extremamente fiéis à realidade. Ela é, sem dúvida, a escolha perfeita para esse papel. As jovens Luiza Antunes e Juliana Bim também se destacam positivamente, complementando este elenco fenomenal.

 

Além disso, também merece destaque a fotografia, que exibe cores minimalistas que se harmonizam perfeitamente com a concepção de um ambiente artificialmente impecável. José Eduardo Belmonte, o diretor, conseguiu brilhantemente construir o cenário fundamental para este conto acerca de uma família que parece ser normal. Como ele mencionou em sua conta do Instagram, ele e sua equipe utilizaram como principal referência o elogiado thriller independente "Devorar", do cineasta Carlo Mirabella-Davis.

 

Não deixe de comparecer aos cinemas nesta quinta-feira, tenho certeza de que não irá se arrepender de presenciar essa história com uma conclusão inesperada. Depois da revelação chocante, a trama segue por um caminho previsível, esperava que os personagens fossem mais espertos, principalmente na cena após os créditos que, sinceramente, prefiro ignorar que aconteceu. Contudo, por felicidade, esse pequeno deslize não prejudica a experiência como um todo.


Texto por Pedro Barbosa



4 de abril nos cinemas

Sinopse: Em um condomínio fechado no Rio de Janeiro, uma mãe é duramente acusada de machucar as filhas gêmeas e o bebê recém-nascido. No entanto, a verdade por trás das cercas pode revelar uma crueldade inesperada.



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